sexta-feira, 15 de março de 2013

DESABAFO V




                      É muito estranho como as pessoas generalizam a palavra amigo. Minha vida inteira acreditei que amigo fosse aquela pessoa que me aceitaria do jeito que eu sou, com meus grandes defeitos e pequenas qualidades, que segurasse em minha mão nos momentos difíceis da minha vida.
                       Mas para algumas pessoas a palavra amigo não passa de um sinônimo da palavra conhecido. Sim, só porque conhece uma pessoa da faculdade se referi a ela como amigo, só porque uma pessoa curti, comenta ou compartilha as publicações de outra pessoa em uma rede social já é motivo para ser adicionada no grupo dos amigos. E então eu te pergunto: você tem o telefone do seu "amigo"? E se você precisar conversar no meio da madrugada seu "amigo" irá te atender? 
                   Em meio a uma sociedade vazia, com pessoas ocas, alastram-se amizades desprovidas de verdade. Não é isso o que eu quero para mim. Preciso sentir verdade nos olhos e sinceridade nas palavras dos que eu chamo de amigos. E é disso que eu sinto falta na tão maravilhosa sociedade moderna. 
                      Tenho poucos amigos, mas posso dizer que são amigos de verdade. Tenho orgulho de dizer que tenho amizades que perduram há doze anos, dez anos. Isso mesmo, mantenho amigos da infância, da adolescência, de cursos que fiz, de graduações, de empresas por onde trabalhei. Não foram todos, mas foram escolhidos a dedo. E até hoje mantemos contato. Infelizmente, devido à correria do cotidiano, não posso estar com todos constantemente, mas tentamos manter contato por telefone, por e-mail, por redes sociais. 
                       É bem verdade que alguns somem, se desligam das redes sociais, mudam de cidade, de país, mas no momento menos esperado eles reaparecem, porque laços de amizade nunca desaparecem. E no momento do reencontro é como se não houvéssemos nos separado, é como se tivéssemos nos despedido no dia anterior. A cumplicidade não morre, o amor verdadeiro nunca se abalará.
                      Amor de amigo é aquele amor que te permite opinar sobre a vida profissional, financeira e até sentimental do seu amigo. Em nome desse amor você aponta os defeitos da pessoa amada do seu amigo, tenta mostrar que ele merece uma pessoa que o valorize, não importando se ele irá ficar chateado com sua opinião, porque na verdade você quer vê-lo feliz. E se mesmo assim, seu amigo insistir no erro você é capaz até de fazer uma macumba pra tirar o "encosto" da vida dele. Sim, você fará qualquer coisa para afastar o "asno" das ciladas amorosas. 
                      É em nome dessa amizade que você dará palpites na vida profissional dele, tentando apontar as melhores opções, mesmo não sendo um consultor de carreiras, mesmo não sabendo nada sobre a área de atuação dele. E você fará isso, porque sabe o quanto é importante para ele o equilíbrio profissional, o quanto ele se sacrificou por sua formação intelectual. As lutas as quais enfrentou para tentar chegar naquele lugar que sempre almejou. 
                       Não importa se você começou uma amizade no colégio, na faculdade, no trabalho, nas redes sociais ou na fila do banco. O que importa é o sentimento de amizade verdadeiro que aproxima as pessoas, o que conta é o encontro de almas que você senti ao conversar com seu amigo, ao olhar nos olhos dele. 


D.A.S

sábado, 5 de janeiro de 2013

Desabafo IV







E nós estamos aqui de novo, em mais um ano.
Eu sempre tentando recolher os pedacinhos da minha alma, que ontem a noite
Explodiu como os fogos de artifício.
Mas ela explode todo dia, toda hora. E aqui eu a contenho.
Porque minha alma está assim sem conserto, para sempre. E este é o MEU LUGAR, onde eu tento consertar a minha alma quebrada. Eu não quero filosofar, eu não quero mostrar o melhor lado do mundo, nem faze-los refletir. Isto é um jogo pela sobrevivência. Se calar-me sufocarei nos escombros da minha alma, da minha alma quebrada.
Quebrada.
É assim que sinto minha alma.
A cada começo, e recomeço eu vejo esse caminho que trilho sozinha.
Quebrada, como um vidro trincado, ou pedaços de papéis rasgados.
Que permanecem unidos apenas por um pedaço de fita.
Meu Deus, meu Deus o que foi que eu fiz de tão ruim, pra não poder recuperar minha alma.
Porque me disseram que os otimistas podiam descer ao fundo do posso, mas ainda assim,
Poderiam superar-se caso subissem de novo as paredes desse abismo.
Meus sentimentos são abissais.
Prisões que eu não encontro chave.
Eu sinto me corroer dessa miséria que minha alma se tornou.
Desse chão árido em que nada brota.
Mas é uma desgraça tão interna, mas tão interna que não permite ninguém chegar até lá.
Quiçá algum dia toda essa agonia que me puseram na alma se disperse
Como fogos de artifícios de um ano que vai chegar.
Esta é a pseudo que aqui escreve.
Esta, invariavelmente, sou eu. Em mais um ano... novo que para mim já é tão velho.   

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Desabafo III





Reclama-se de tudo. É apenas o que ouço. Os que andam de metrô reclamam das portas do metrô. Os que andam de ônibus reclamam do quão cheio e escasso são os ônibus. Os que andam de carro reclamam do trânsito. A adolescente passa o dia nas redes sociais reclamando o quanto ama ou gostaria de amar, os solteiros reclamando por serem solteiros, os comprometidos reclamando por não serem solteiros.
Reclamam do emprego que tem. Reclamam do emprego que não tem. Da falta que faz o frio, da desgraça que é o calor. Reclamam do futebol que passa na TV. E reclamam da TV. Por que diabos assistem TV. A TV é inútil, e não se liga sozinha.
Reclamam da mulher, e dos homens, e os homens das mulheres. São putas, são safados, são traidores, ninguém presta. E por isso reclamam.
Reclamam das frutas, dos frutos, da fome, da saciedade.
De tudo reclamam e isso me irrita.
Será que não sobra um segundo só para agradecer?!


Klessya Santos

Desabafo II


Eu quero gritar.
Hoje eu quero gritar para ver se consigo libertar essa dor que está aqui, oprimindo meu peito, prendendo minha garganta com aquele nó que todos nós conhecemos.
Eu quero gritar para denunciar tudo que eu acho errado nesse mundo. Por que estamos tão cego? Por que estamos tao insensíveis? Eu quero escrever agora sem coesão, sem métrica, sem forma. Meu unico interesse é gritar tudo que tá errado.

Tá errado um homem agredir sua mulher, uma mulher qualquer. Tá errado magoar os olhos de uma mulher, manchar e denegrir seu corpo, subjugá-la, fazê-la odiar.
Tá errado agredir o próximo seja la qual o motivo. Não importa. Ser animal irracional, quando você raciocina tá errado, moço.
Tá errado matar.
Tá errado mendigar, tá errado se menosprezar, mas tá mais errado ainda você tornar o homem mendigo. Tá errado você menosprezar as pessoas, deixando nelas o sentimento de inferioridade.
Tá errado mentir.
Tá muito errado enganar.
Tá errado maltratar os animais.
Tá errado praticar a desonestidade.
Tá errado desprezar os velhinhos.
Tá errado abandonar as crianças.
Tá errado traficar drogas.
Tá errado não dar valor a quem tem valor.
Tá errado acreditar que você não tem valor.
Tá errado praticar a corrupção...

Só não tá errado de forma alguma, é ser feliz. 


Klessya.

Desabafo I





Às vezes, quando escrevo um texto, e mostro para alguém, não é porque quero me vangloriar de algo, é uma expectativa muda, querendo, ansiosamente fazer a real pergunta. “Você me entendeu?”
Entendeu o que eu quis dizer?! Entendeu que isso era um sentimento, sementinha que ninguém podia ver, mas de alguma forma, começou a brotar aqui dentro, dentro do meu peito e ai está, em forma de versos.
Esse é um sentimento você entende?!
É tão boa e gratificante a sensação única de se sentir entendido, compreendido. É quase indescritível se ver nos olhos do outro total ou parcial entendimento.
Não precisa concordar. Podem surgir milhares de outras interpretações.
Mas ainda assim...
Assim eu queria, que alguma alma vivente, de cabeça aberta, e considerável massa encefálica pudesse me ler, e quase como Voltaire poder dizer: “Eu não concordo, mas entendi você.” 

 Klessya Santos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Liberdade Para Escrever



Escrever.

Eu quero escrever sem compromisso, sem relacionamento, sem profissionalismo e assim ser algo meu. Escrevendo em liberdade me pertenço, sou propriedade minha, não do mundo, não do outro.

Assim jamais serei poeta, jamais serei poetisa, jamais serei artista, jamais seria escritor, porque simplesmente jamais serei profissional.

E assim eu terei sempre a minha liberdade de escrever como eu quiser.